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Alexis Goosdeel: “Não devemos ter uma abordagem ideológica ao proibir ou não estas subs…

Exploramos as novas substâncias psicoativas, o aumento da violência ligada às drogas e as estratégias para combater estes desafios na União Europeia.

Euronews em PortuguêsEuronews em PortuguêsSeptember 30, 2024

This article was AI-generated based on this episode

O que são as novas drogas na Europa?

As novas substâncias psicoativas são compostos que ainda não foram oficialmente classificados como drogas. Elas afetam o cérebro e produzem efeitos psicoativos, embora não estejam regulamentadas ou categoricamente proibidas.

Para identificar essas substâncias, a União Europeia desenvolveu um sistema de alerta que, nos últimos 27 anos, já detectou mais de 950 novas substâncias no mercado europeu. Estas substâncias podem ser extremamente perigosas, com potenciais efeitos prejudiciais à saúde e, em casos extremos, letais.

Os riscos para a saúde pública incluem:

  • Danos à saúde mental: desorientação e alucinações.
  • Dependência: uso regular pode levar à dependência.
  • Consequências letais: algumas substâncias podem ser mortais em doses erradas.

Ao monitorizar a emergência destas drogas, é possível antecipar respostas e preparar os sistemas de saúde para lidar com os novos desafios colocados por essas substâncias.

Qual é o impacto da cocaína rosa e outras drogas emergentes?

A cocaína rosa, também conhecida como 2C-B, é uma das novas substâncias que têm emergido no mercado europeu. Originalmente desenvolvida na América Latina, esta droga é um composto psicoativo que afeta o cérebro, produzindo alucinações e euforia. O seu nome é derivado da sua cor distinta, diferenciando-a de outras drogas mais tradicionais.

A cocaína rosa apresenta riscos significativos para a saúde dos seus utilizadores. Estes riscos incluem:

  • Desorientação e alucinações: Estas podem levar a comportamentos perigosos.
  • Dependência: O consumo regular pode resultar em forte dependência.
  • Consequências letais: Em doses erradas, pode ser mortal.

Além do 2C-B, outras substâncias como a cetamina estão a ganhar popularidade. Originalmente utilizada como anestésico veterinário, a cetamina pode causar dissociação, alucinações e, em casos de abuso, problemas sérios de saúde mental.

Monitorizar estas drogas emergentes permite que autoridades antecipem respostas e preparem os sistemas de saúde para os desafios que estas substâncias representam. Para saber mais sobre medidas de combate ao tráfico, veja Operação Tartar.

Como o chemsex está a influenciar o consumo de drogas?

O chemsex refere-se ao uso de drogas para prolongar a atividade sexual e conseguir maior empenho nas relações, frequentemente entre homens que têm sexo com homens. Este fenómeno tem vindo a ganhar destaque, especialmente em ambientes urbanos.

As substâncias mais usadas no chemsex incluem a metanfetamina, a GHB/GBL (ácido gama-hidroxibutírico) e a m-cat (mephedrone). Estas drogas podem intensificar a experiência sexual, mas apresentam riscos elevados para a saúde.

Os perigos associados incluem:

  • Aumento do risco de infeções sexualmente transmissíveis devido ao prolongado contacto sexual sem proteção.
  • Dependência severa causada pelo consumo regular e combinado destas substâncias.
  • Problemas de saúde mental como ansiedade, depressão e episódios psicóticos.

Este fenómeno representa um desafio crescente para os sistemas de saúde na Europa, exigindo novas estratégias de prevenção e tratamento de dependência. Além da promoção de comportamentos sexuais seguros, é crucial discutir a segurança química, abordando os perigos associados ao uso indevido de substâncias psicoativas.

Quais são os desafios para os sistemas de saúde na UE?

Os sistemas de saúde dos Estados-membros da União Europeia enfrentam desafios significativos na gestão de overdoses e no tratamento de dependências de novas drogas na Europa. A complexidade dessas substâncias e o policonsumo exigem uma adaptação constante das abordagens terapêuticas e preventivas.

Os sistemas de saúde já progrediram substancialmente desde o início da epidemia de heroína. No entanto, enfrentam agora um cenário onde novas substâncias surgem regularmente, complicando o tratamento de dependências.

Adicionalmente, a crise económica que se seguiu à crise do euro levou à redução dos orçamentos de saúde pública em vários países. Isso coloca pressão adicional sobre a capacidade de resposta dos sistemas de saúde.

As abordagens futuras devem incluir:

  • Desenvolvimento de novas terapias: Necessidade de criar tratamentos específicos para diferentes tipos de substâncias.
  • Prevenção: Implementação de modelos inovadores que abordem as novas tendências de consumo.
  • Redução de danos: Políticas que visem proteger a saúde pública, como a distribuição de seringas esterilizadas e o acesso a locais seguros para consumo supervisionado.

É crucial que o investimento na saúde pública seja mantido e adaptado para enfrentar a complexidade crescente do tráfico de drogas na UE.

Para mais informações sobre as estratégias políticas em saúde, veja este artigo relacionado.

Como as políticas de descriminalização afetam o consumo de drogas?

O exemplo de Portugal na descriminalização das drogas, implementada há quase 25 anos, destaca-se como um estudo de caso relevante. Em 2001, Portugal tomou a decisão corajosa de descriminalizar o uso pessoal de todas as drogas. A produção e o tráfico continuaram a ser crimes, mas a posse para uso pessoal deixou de ser penalizada criminalmente.

Os resultados deste modelo têm sido observados com atenção:

  • Redução das taxas de infeção por VIH: A descriminalização levou a uma diminuição significativa no número de novas infeções por VIH entre consumidores de drogas.
  • Diminuição das mortes por overdose: Uma abordagem de saúde pública, ao invés de uma abordagem criminal, resultou em menos mortes.
  • Aumento no tratamento e reabilitação: Maior acesso a programas de tratamento e reabilitação ajudou muitas pessoas a superar a dependência.

Portugal provou que o tratamento e a redução de danos podem ser mais efetivos do que a criminalização. Outros países, embora interessandos, ainda não seguiram completamente esse exemplo. O sucesso português desafia percepções e destaca a importância de uma abordagem não ideológica no combate ao consumo de drogas.

O impacto da produção de opiáceos no Afeganistão no mercado europeu

A produção de opiáceos no Afeganistão tem um impacto direto no mercado de heroína na Europa. Desde que os talibãs assumiram o poder em 2021, a produção de ópio sofreu uma redução significativa. Esta diminuição pode resultar num futuro impacto no fornecimento de heroína na Europa, afetando o comportamento dos consumidores.

A redução da produção afegã de opiáceos significa que os consumidores europeus podem enfrentar um mercado mais restrito. Esta situação pode levar a diversas reações:

  • Substituição por outras substâncias: Consumidores podem optar por opiáceos sintéticos ou outras drogas disponíveis.
  • Aumento dos preços: Menor oferta pode levar ao aumento dos preços da heroína, modificando o padrão de consumo.
  • Procura de tratamentos: Alguns consumidores podem recorrer a programas de tratamento e substituição de substâncias.

Além disso, outros países da Ásia produzem ópio, mas não em quantidade suficiente para substituir a produção afegã. A continuação da proibição afegã pode, portanto, influenciar consideravelmente o mercado europeu de heroína a médio prazo.

Para melhor entender como as crises podem impactar as comunidades locais, veja o declínio populacional na Grécia.

A violência relacionada com o tráfico de drogas na UE está a aumentar?

A Europa enfrenta um aumento alarmante da violência ligada ao tráfico de drogas, o que representa uma séria ameaça ao Estado de Direito. Nos últimos anos, a violência entre gangues envolvidas no tráfico intensificou-se, gerando preocupações sobre a segurança pública.

Factores críticos incluem:

  • Concorrência entre gangues locais: Disputas pelo controlo do território levaram a um aumento de confrontos.
  • Laboratórios locais: A produção interna de drogas sintéticas incentiva a violência para controlar a produção e distribuição.
  • Participação de menores: Crianças estão a ser usadas para atividades criminosas, complicando ainda mais a situação.

Os Estados-membros da União Europeia testemunham casos constantes de ameaças contra figuras públicas. Por exemplo, na Bélgica, o Ministro da Justiça foi ameaçado, enquanto, nos Países Baixos, um advogado e um jornalista foram assassinados. Estes eventos não só perturbam a ordem pública como também solapam os alicerces da democracia.

Para enfrentar esta crise, é vital adotar uma abordagem holística e integrada que considere segurança, prevenção e coordenação entre autoridades, promovendo a coesão social e os valores europeus fundamentais. Para mais sobre os desafios europeus, veja problemas nas finanças familiares devido aos custos escolares.

Como combater os benefícios económicos do tráfico de drogas?

Recentes iniciativas para combater a lavagem de dinheiro e a corrupção ligada ao tráfico de drogas na UE estão a ganhar tração. Estas medidas têm por objetivo desmantelar as estruturas financeiras que sustentam o comércio ilícito.

Principais Iniciativas:

  1. Legislação específica: Vários Estados-membros adotaram novas leis direcionadas à confiscação de ativos de traficantes. Esta abordagem visa cortar o fluxo de fundos que alimenta as operações criminosas.

  2. Agência de Luta contra Branqueamento de Capitais: Durante a presidência belga da União Europeia, foi criada uma nova agência com a missão de combater a lavagem de dinheiro. Esta agência desempenha um papel crucial na identificação e intercepção de transações suspeitas.

  3. Planos e Programas da Comissão Europeia: A Comissão Europeia, através da Comissária Johansson, apresentou um roteiro focado no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas. Este plano inclui várias etapas para fortalecer a colaboração entre os Estados-membros e melhorar a eficácia das operações anti-tráfico.

Abordagens inovadoras e uma maior coordenação entre países são essenciais para enfraquecer as bases económicas do tráfico de drogas. Para uma análise detalhada das estratégias políticas, veja este artigo relacionado.

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