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Alta temperatura da água ameaça a vida dos oceanos

Descobre o impacto devastador das ondas de calor marinhas e as soluções em estudo para proteger os ecossistemas aquáticos.

Euronews em PortuguêsEuronews em PortuguêsAugust 29, 2024

This article was AI-generated based on this episode

Quão severa é a ameaça das altas temperaturas aos ecossistemas de água?

O aumento das temperaturas tem um impacto devastador nos ecossistemas aquáticos. Em Chipre, por exemplo, os investigadores observaram que a água do mar está a aquecer a níveis sem precedentes. Este fenómeno, comparado a uma banheira de água quente, está a causar a morte de prados de ervas marinhas, habitats cruciais para espécies como as tartarugas marinhas e as raias.

Além disso, espécies nativas lutam para sobreviver nestas condições extremas, enquanto espécies invasoras do Mar Vermelho encontram agora um novo lar nas águas quentes de Chipre. Estas espécies invasoras perturbam ainda mais o equilíbrio dos ecossistemas marinhos locais.

Os sensores subaquáticos instalados há mais de uma década mostram que este aumento da temperatura se verifica durante todo o ano, afetando particularmente as zonas rasas, onde os recifes de coral são essenciais para a vida. A equipa liderada pelo ecologista marítimo Louis Radjianou documenta estas mudanças através de fotografias dos corais ao longo do tempo, revelando a extensão do dano.

A situação em Chipre é um reflexo de um problema global. Se estas tendências continuarem, muitos ecossistemas marinhos correm o risco de colapsar, ameaçando a biodiversidade e os serviços ecológicos que sustentam.

Quais são os principais impactos das ondas de calor marinhas?

  • Destruição de recifes de coral: As temperaturas elevadas causam o branqueamento e eventual morte dos corais, afetando todo o ecossistema que depende deles.

  • Migração de espécies invasoras: Espécies do Mar Vermelho, por exemplo, estão a colonizar novas áreas, perturbando o equilíbrio ecológico dos habitats locais.

  • Alteração dos níveis de poluição: As ondas de calor podem aumentar os níveis de poluentes na água, exacerbando os efeitos nocivos já existentes.

  • Impacto nas pescas: A vida marinha depende de condições específicas para prosperar. Com as mudanças térmicas, muitas espécies de peixe estão a lutar para sobreviver, afetando negativamente as pescas locais e a comunidade que dela depende.

  • Efeitos na aquacultura e turismo: A aquacultura sofre com a mortalidade de espécies cultivadas, enquanto o turismo perde atração com a degradação dos recifes e da biodiversidade marinha.

Esta crise sublinha a importância de projetos como os projetos de conservação marinha, que visam mitigar os impactos do aquecimento dos oceanos.

Que soluções estão a ser estudadas para proteger os ecossistemas marinhos?

Diversos projetos de investigação estão a ser desenvolvidos com o intuito de proteger os ecossistemas marinhos. Em Chipre, dois dos principais projetos financiados pela União Europeia são o PURIFUA e o EFFECTIV. Estes projetos focam-se no estudo do impacto das ondas de calor nos recifes rasos e na busca de soluções para mitigar esses efeitos adversos.

A equipa liderada por Louis Radjianou está a experimentar a criação de viveiros de corais. Fragmentos de espécies de coral em perigo são colocados em áreas seguras, longe de predadores, permitindo o seu crescimento protegido. Posteriormente, estes fragmentos são transplantados para o fundo do mar, com o objetivo de regenerar ecossistemas de recifes saudáveis.

Estes esforços visam criar ambientes mais resilientes, tentando salvar algumas das espécies principais que sustentam a biodiversidade marinha. As instalações incluem plataformas de rede suspensa 5 metros abaixo da superfície do mar, onde os corais são monitorizados por pelo menos um ano usando fotogrametria e outros métodos visuais.

Para mais informações sobre iniciativas sustentáveis, podes consultar como a tecnologia pode ajudar na preservação dos ecossistemas.

Como os cientistas monitorizam e prevêem as ondas de calor marinhas?

  1. Sensores subaquáticos
    Os cientistas utilizam sensores instalados no fundo do mar para recolher dados contínuos sobre a temperatura da água e outras variáveis ambientais. Estes dispositivos ajudam a identificar anomalias térmicas.

  2. Satélites
    As imagens de satélite fornecem uma visão global das temperaturas da superfície do mar, permitindo a monitorização em tempo real de grandes áreas. Estas observações são cruciais para identificar padrões de aquecimento.

  3. Modelos informáticos
    Desenhados pelo programa Copérnicos da União Europeia, os modelos informáticos processam dados de satélites, sensores e outras fontes. Estes modelos projetam mudanças futuras e ajudam a prever o comportamento das ondas de calor marinhas.

  4. Previsões a curto prazo
    Com base nas observações integradas, os cientistas desenvolvem previsões para um período de 10 dias. Estas previsões ajudam a antecipar as flutuações térmicas e planear respostas adequadas.

  5. Publicações semanais
    Relatórios atualizados são publicados semanalmente para informar sobre a situação atual e previsões das condições marinhas. Este fluxo constante de informações é vital para o acompanhamento e a mitigação dos impactos.

Qual é o futuro dos recifes de coral e outras espécies marinhas?

As previsões dos cientistas são alarmantes: estima-se que 90% dos recifes de coral poderão desaparecer até 2050. Este cenário devastador deve-se principalmente às temperaturas crescentes dos oceanos, que causam o branqueamento dos corais e comprometem ecossistemas inteiros.

Para tentar contrariar esta tendência, os investigadores estão empenhados em reforçar a resistência dos recifes. Equipes em Chipre, por exemplo, estão a criar viveiros de corais, onde fragmentos de espécies ameaçadas crescem em segurança antes de serem transplantados para o mar. Este método visa regenerar ecossistemas de recifes saudáveis.

Ao mesmo tempo, esforços estão a ser realizados para criar condições mais resilientes para a biodiversidade marinha. A esperança é que estas iniciativas permitam preservar algumas das espécies principais, proporcionando um futuro onde a vida marinha possa adaptar-se e sobreviver às mudanças climáticas.

Apesar dos desafios, há ainda uma janela de oportunidade para agir e minimizar os danos. A ciência e a conservação devem caminhar lado a lado para tentar salvar o que resta dos recifes e das inúmeras espécies que deles dependem.

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