O que significa a externalização da migração na UE?
A externalização da migração na UE refere-se a estratégias onde o processamento de pedidos de asilo e a gestão da migração ocorrem fora das suas fronteiras. Este conceito ganhou tração num esforço para descentralizar o fluxo migratório e acelerar o processo de decisão sobre os pedidos de asilo.
A União Europeia planeia implementar esta política através de acordos com países terceiros, onde os requerentes aguardam as decisões sobre os seus pedidos. Estes países são escolhidos com base em acordos de cooperação que asseguram condições adequadas para os migrantes, respeitando as leis internacionais.
A política de migração da UE baseia-se na criação de parcerias com nações fora da União, uma tentativa de mitigar tensões entre os Estados-membros e melhorar a gestão do fluxo migratório. Este modelo visa tirar lições de acordos anteriores como o estabelecido entre Itália e Albânia.
Como a UE está a lidar com os ataques híbridos da Rússia e Bielorrússia?
A União Europeia enfrentou recentemente desafios sérios causados pelos ataques híbridos da Rússia e Bielorrússia. Estes ataques envolvem o envio de migrantes para as fronteiras, principalmente da Polónia e Finlândia, com o objetivo de desestabilizar a UE.
Os líderes da União Europeia estão a discutir medidas para combater estas ameaças. Uma proposta controversa inclui a suspensão temporária do direito de asilo em áreas afetadas, como uma tentativa de reforçar a segurança fronteiriça.
Paralelamente, a possibilidade de estabelecer hubs de retorno em países terceiros está a ser avaliada. No entanto, este plano levanta preocupações sobre a conformidade com normas internacionais. Em resposta aos ataques, o Conselho Europeu está a procurar um equilíbrio entre segurança e direitos humanos.
Quais são as preocupações com os direitos dos requerentes de asilo?
"A proteção dos direitos básicos dos requerentes de asilo é uma prioridade da UE, mas externalizar este processo levanta sérias questões sobre como assegurar que estes direitos sejam respeitados", afirma Shona Murray, jornalista da Euronews.
Não se trata apenas de segurança fronteiriça, mas de garantir que os direitos humanos permaneçam intactos mesmo fora das fronteiras, sublinha Donald Tusk, primeiro-ministro da Polónia.
Um especialista em direito internacional comentou: "Enviar requerentes de asilo para países terceiros pode colocar em risco as suas vidas e liberdade, caso esses países não assegurem condições adequadas conforme as normas internacionais."
Estas opiniões refletem as preocupações sobre direitos dos requerentes de asilo quando são enviados para países terceiros, no âmbito da nova estratégia de externalização da migração na UE.