Qual foi o papel das petrolíferas nas reuniões com a Comissão Europeia?
Entre 2019 e 2024, as sete maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo, juntamente com mais de 50 organizações, tiveram uma presença marcante nas reuniões com a Comissão Europeia. No total, participaram em mais de mil encontros.
Estas petrolíferas procuraram influenciar as decisões da Comissão Europeia relativamente a políticas climáticas e energéticas. O volume de encontros revela a importância estratégica que estas empresas atribuem a estas interações. As reuniões proporcionaram uma plataforma para expressar os seus interesses e conseguir moldar a resposta da União Europeia aos desafios climáticos e à crise energética.
A presença destas empresas demonstra um esforço concertado para garantir que as suas perspetivas fossem consideradas na formulação de políticas. Esta estratégia de lobby é parte integrante da influência do lóbi petrolífero na política climática da UE, refletindo-se na tentativa de manutenção do seu status e papel no fornecimento de energia.
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Quanto investiram as petrolíferas em lobbying?
As grandes empresas de combustíveis fósseis investiram um total de 64 milhões de euros em lobbying entre 2019 e 2024. Este montante foi usado para assegurar a sua posição de influência nas decisões políticas em Bruxelas.
Estas petrolíferas destacam-se pela quantidade de recursos que alocam para influenciar a política climática da União Europeia. Este investimento colocou-as entre as organizações com mais capacidade financeira para exercer pressão política.
Os 64 milhões de euros refletiram-se em inúmeros encontros e iniciativas destinadas a moldar as políticas energéticas e climáticas. Este volume de investimento não só revela a importância atribuída por estas empresas ao lobbying, mas também a sua estratégia para manter o seu protagonismo no setor energético europeu.
Como a invasão da Ucrânia pela Rússia afetou a influência das petrolíferas?
A invasão da Ucrânia pela Rússia teve um impacto decisivo na influência das petrolíferas na política da União Europeia. Este conflito exacerbou a crise energética europeia, ampliando as preocupações relacionadas com a dependência do gás russo.
A situação proporcionou às empresas de combustíveis fósseis uma oportunidade única para expandirem a sua influência. Durante a crise, foram frequentemente consultadas pelas autoridades europeias para prestar aconselhamento sobre as melhores estratégias e alternativas energéticas.
As petrolíferas conseguiram, assim, um acesso privilegiado à formulação das novas políticas energéticas. Aproveitaram a oportunidade para empurrar projetos de gás natural e outras commodities que substituíssem o gás russo, garantindo a sua relevância num mercado abalado pelo conflito.
Este cenário destaca como crises geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, podem abrir portas inesperadas para industrias estabelecidas, moldando profundamente a resposta europeia a crises complexas. Para mais detalhes sobre os efeitos da guerra na economia europeia, explore aqui.
Quais são as medidas propostas para aumentar a transparência na UE?
Para reforçar o sistema de transparência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen propôs várias medidas:
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Submeter todos os gestores ao registo de transparência, uma base de dados onde são listadas as organizações que tentam influenciar decisões das instituições europeias.
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Implementação de um sistema de rastreamento detalhado das interações entre os lobistas e os responsáveis políticos, para garantir a rastreabilidade das influências.
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Ampliar a obrigação de registo a outras entidades públicas, aumentando o âmbito do sistema de transparência.
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Promover o acesso livre e fácil aos dados registados, permitindo uma maior escrutínio público.
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Estabelecimento de protocolos rigorosos para as reuniões entre gestores e lobistas, incluindo a publicação das atas dessas reuniões.
Estas medidas visam criar um ambiente de maior clareza e responsabilização, tornando mais difícil para os lóbis ocultar as suas atividades. Para entender melhor as reformas em outras áreas, como a política alimentar, e com atualizações regulares sobre o progresso das reformas, explora as propostas de revisão da PAC.