O que é a extrema-direita no Parlamento Europeu?
No contexto do Parlamento Europeu, a extrema-direita representa uma ideologia que se caracteriza por posições nacionalistas e muitas vezes eurocéticas.
Estes partidos promovem frequentemente um discurso autoritário, que enfatiza a importância da segurança e da ordem. Além disso, a extrema-direita tende a mostrar uma forte preferência pelo nativismo, defendendo políticas que priorizem os cidadãos nativos em detrimento dos imigrantes.
Alguns partidos, embora considerados de extrema-direita nos debates académicos, rejeitam este rótulo, como se observa na Alemanha e na Áustria, onde partidos similares têm ganho terreno.
Esta categoria ideológica está também, muitas vezes, associada ao populismo na política europeia, onde se opõe uma elite vista como corrupta a um povo inerentemente puro. As suas políticas distinguem-se pela rejeição de valores democráticos tradicionais e pela crítica às instituições comunitárias.
Esta ascensão não é isolada e reflete-se noutras constatações significativas no cenário político europeu.
O que caracteriza o populismo e o iliberalismo?
O populismo apresenta uma visão simplista da sociedade, dividindo-a entre uma elite corrupta e um povo puro e homogéneo. Esta ideologia apela frequentemente ao descontentamento popular, aproveitando-se das perceções de injustiça social.
Nos grupos de direita do Parlamento Europeu, os partidos populistas geralmente adotam uma retórica intensa, caracterizada pela crítica à elite política e pela promoção de políticas que supostamente representam "a voz do povo".
Por outro lado, o iliberalismo refere-se à rejeição de normas democráticas estabelecidas, como a independência judicial e as liberdades individuais.
Esta tendência é visível em partidos que desafiam os princípios do Estado de Direito e defendem a soberania nacional em detrimento da cooperação internacional. Tal postura iliberal é frequentemente associada a ideias nacionalistas e autoritárias que buscam redefinir as regras da democracia tradicional em nome da preservação cultural e de identidade nacional.
Quais são os traços comuns entre estes grupos?
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Nacionalismo: Considerados tradicionalistas, promovem a identidade nacional e valorizam a soberania do país acima de tudo.
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Soberanismo: Defendem a autonomia dos Estados-membros, resistindo à centralização de poder na União Europeia.
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Conservadorismo: Priorizam políticas que respeitam valores tradicionais e sociais. Exibem resistência contra reformas que percebam como ameaças às tradições.
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Euroceticismo: Criticam abertamente a União Europeia e favorecem políticas que diminuam a sua influência.
Estes traços são fortemente interligados, formando uma base ideológica comum.
Por que razão rejeitam o rótulo de extrema-direita?
Muitos partidos desafiam o rótulo de extrema-direita, alegando que tal designação é uma simplificação injusta da sua posição política. Defendem que as suas ideologias são baseadas na defesa da soberania nacional e na busca por reformas dentro da Europa, não em extremismo.
Um representante salientou: "As nossas políticas focam-se em proteger os nossos cidadãos e a nossa cultura. Rotular-nos como extrema-direita ignora as nuances e a legitimidade das nossas preocupações."
Ainda, outro partido argumenta que o termo "extrema-direita" é frequentemente utilizado para desqualificar posições legítimas, afastando o diálogo construtivo com cidadãos preocupados com a direção da União Europeia.