Cientistas tentam proteger os ecossistemas do Danúbio

Qual é o impacto das atividades humanas no ecossistema do Rio Danúbio?

As atividades humanas têm provocado sérios danos ao ecossistema do Rio Danúbio. A poluição do rio é uma das principais preocupações. Produtos químicos de fábricas, esgotos urbanos e resíduos agrícolas acabam nas águas, deteriorando a qualidade da água e colocando em risco a vida aquática.

A construção de barragens e outras infraestruturas também causa perturbações significativas. Estas obras alteram o curso natural do rio, impedindo a migração de peixes e afetando os habitats naturais. Sedimentos essenciais são retidos, comprometendo a biodiversidade e a fertilidade das margens.

Além disso, atividades industriais e agrícolas aumentam a quantidade de sedimentos contaminados que se depositam no fundo do rio. Com o tempo, isso altera a composição química do solo e da água, impactando negativamente o ecossistema.

As mudanças climáticas são um agravante. Eventos climáticos extremos, como cheias e secas, tornaram-se mais frequentes devido à ação humana, conforme descrito em Como as alterações climáticas estão a afetar a Europa Central?. Estes fenómenos exacerbam a poluição e aumentam a vulnerabilidade das espécies que habitam o Danúbio.

O que é o projeto REXDAN e quais são os seus objetivos?

O projeto REXDAN é uma iniciativa europeia de investigação multidisciplinar destinada a proteger os ecossistemas do Rio Danúbio. Com laboratórios em terra e no navio, trata-se do maior navio deste tipo nas águas continentais europeias.

Os laboratórios do REXDAN concentram-se na análise da qualidade da atmosfera, da água e do biota, que inclui desde pequenos organismos microscópicos até grandes animais. Através destas análises, os investigadores conseguem identificar os perigos que ameaçam o ecossistema alargado do Danúbio.

Um dos principais objetivos do projeto é criar uma estrutura analítica complexa e integrada que servirá de apoio para a tomada de decisões. Esta estrutura ajudará a adotar soluções adequadas para a conservação de espécies em risco, como as espécies de esturjão.

O projeto também foca-se na investigação dos impactos de poluentes modernos e microplásticos no rio. Além disso, a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas do Danúbio são monitorizadas continuamente, incluindo a análise de sedimentos e a adaptação às alterações climáticas.

Com um orçamento total superior a 19,5 milhões de euros, o REXDAN é financiado em 85% por programas de coesão da União Europeia e em 15% por fundos nacionais, sublinhando a importância internacional do projeto.

Como é que o projeto REXDAN está a estudar o estresse em espécies de esturjão?

O projeto REXDAN concentra os seus esforços na análise de quatro espécies de esturjão, das quais três estão incluídas na lista vermelha de espécies em extinção. Estes peixes antigos enfrentam muitos estresses ambientais, como a poluição da água e mudanças nos seus habitats.

Stefan, um dos investigadores, sublinha a existência de muitos contaminantes cuja influência sobre o esturjão ainda não é totalmente compreendida. Através de uma abordagem analítica complexa e integrada, a equipa do REXDAN procura entender como esses contaminantes os afetam e que medidas podem ser tomadas para protegê-los.

As investigações não se limitam ao estudo dos poluentes. Incluem também a monitorização contínua dos habitats e dos meios de migração, vitais para a sobrevivência destas espécies. Esta pesquisa visa criar um apoio decisivo para autoridades locais e regionais, ajudando na implementação de políticas eficazes de conservação.

Além dos laboratórios terrestres, os cientistas utilizam o maior navio-laboratório nas águas continentais europeias para recolher e analisar amostras em tempo real. Esta ferramenta móvel permite obter dados precisos e imediatos sobre a qualidade da água, essenciais para a proteção das espécies de esturjão.

O objetivo é garantir que estes majestosos peixes continuem a prosperar no ecossistema do Rio Danúbio, protegendo assim a diversidade biológica do rio.

Qual é o impacto dos microplásticos no Rio Danúbio?

Os microplásticos representam um grave problema para o Rio Danúbio. Estas pequenas partículas derivadas do plástico acumulam-se nas águas e sedimentos, transportando ainda poluentes perigosos como metais pesados, farmacêuticos e pesticidas.

Esses poluentes, transportados pelos microplásticos, preenchem a cadeia alimentar ao serem ingeridos por organismos aquáticos, afetando a biodiversidade do Danúbio. Este problema não se limita ao meio ambiente; a poluição eventualmente atinge seres humanos através da água e dos alimentos.

A investigação do projeto REXDAN estima que anualmente, cerca de 50 toneladas de microplásticos são transportadas no território da Roménia. Para combater este flagelo, a Comissão Europeia propõe reduzir a poluição por microplásticos em 30% até 2030. Esta meta ambiciosa exige um esforço conjunto de governações e indústrias, apostando em novas tecnologias e práticas sustentáveis.

Para entender mais sobre como o uso de tecnologias pode ajudar o combate à poluição, explora como o Gémeo Digital do Oceano está a ser utilizado para simular e mitigar a poluição marinha. A conscientização e a ação imediata são essenciais para proteger os ecossistemas fluviais do Rio Danúbio e garantir um futuro sustentável.

Como o projeto REXDAN está a ser financiado?

O projeto REXDAN, com um orçamento total superior a 19,5 milhões de euros, beneficia de várias fontes de financiamento:

• Contribuições da União Europeia: Financia 85% do projeto através de programas de coesão da UE.
• Fundos nacionais: Cobrem os restantes 15%, demonstrando um esforço conjunto entre entidades internacionais e locais.

Esta combinação de recursos assegura a continuidade e o sucesso das investigações destinadas a proteger os ecossistemas do Rio Danúbio. Para entender mais sobre iniciativas semelhantes, explore como a tecnologia pode ajudar na preservação dos ecossistemas.